domingo, 20 de julho de 2014

O poder de um elogio

Incrível como um elogio faz toooda diferença! Simplesmente você pode levantar alguém que foi derrubado sem muito esforço, às vezes basta apenas um elogio sincero, de repente até de um desconhecido ou amigo.

Não sei porque cargas d'água sou o tipo de pessoa que... bem... não vou dizer em tudo, mas tem certas coisas que ouvi e "traumatizei" e não tenho aqueeele senso de humor que aguenta as mais diversas críticas e ri como se nada tivesse acotecido. Boa parte delas, dependendo do ambiente é claro, levo para o lado pessoal. Não é o caso de críticas profissionais/ construtivas, mas falo daquelas críticas para derrubar mesmo, sabem? As críticas construtivas, faço delas um incentivo a mudar se achar necessário e possível. Um exemplo de crítica que nunca acrescentou nada à minha vida? "Bell, você seria mais atraente se usasse menos rosa!" (um colega de escola me disse no Ensino Médio) "Bell, você tem de ouvir e curtir de tudo!", "Bell, você se veste como criança!" Peeeeeera lá, quem paga "meu colorido"? 

Eeenfim... são opiniões né, eu respeito! É tudo uma questão de jeito de falar... Tudo bem que também não sou um exemplo de "jeito para falar", pois sou meio ignorante às vezes, mesmo sem querer! >.<

Faz tempo que não escrevo aqui, por quê? Para não fazer do blog um "diário", pois além de vergonha, acho meio tedioso em alguns casos. Também estou numa correria só, como diria minha tia, obcecada pela montagem do meu portfólio, dormindo pouco apesar de passar o dia em casa fazendo artes para o portfólio, mas sei que vai valer MUITO a pena porque Deus já preparou um emprego muito bom para mim!!

Me inspirei por aqui heim?! Na verdade resolvi escrever esse post porque lembrei do impacto do elogio de dois camaradas do retiro que até então não conhecia - tinha conversado com um deles na noite anterior, a propósito, de uma maneira muito, muito improvável meeesmo - e que sem saber de basicamente nada a meu respeito, especialmente um deles que tinha "caído de paraquedas" (caiu nada, foi Deus quem mandou ele ali) na conversa com o outro que comecei a conversar um dia antes e os dois me elogiaram com uma certeza assustadora! o_O O primeiro deles com quem já estava conversando super elogiou minha voz e aplaudiu, o segundo também e também disse outras vezes que tenho um "timbre legal"! o___O

Para quem não sabe, eu faço parte do Ministério de Música da paróquia que frequento desde criança. Toco violão, ainda não tenho coragem de tocar sozinha, mas estou lá acompanhando os outros, algo que queria desde que comecei a aprender de verdade: tocar na igreja! Há uns dois anos, tentei cantar com um grupo da igreja, e, mesmo cantando baixinho, apenas acompanhando, não fui aceita por todos e logo reclamações chegaram aos ouvidos da então coordenadora do ministério. O grupo mudou as datas e não me avisou, então fui falar com ela e ela simplesmente me disse que "Era para continuar só aquele pessoal. Para os demais ia ter um treinamento porque tinha muita gente desafinada e despreparada ali!"  O_o .__.() 

Para bom entendedor meia palavra basta né? Saí com "o rabo entre as pernas", guardei e ainda guardo uma certa mágoa dela, mas relevo unicamente porque é uma questão da igreja e sempre a encontro ali e não quero arrumar briga na igreja. Não que eu seja um exemplo (bom), longe disso, mas estou tentando ser uma pessoa mais tranquila, mas o dia que eu encontrar ela fora da igreja vou procurar o assunto e um jeito de jogar na cara dela de maneira sutil. #sópraconstar Vi um monte de gente começar a cantar ali naquela época, se era para ficar apenas aquele grupo o que dizer dos outros?

Maaas enfim... toda vez que vou tocar na missa me ajoelho perante o Santíssimo e peço o discernimento para tocar sem esperar elogios, pois estou ali tocando para Ele e não para aparecer! Lembro da minha avó e digo mentalmente "Pra você vó!", pois ela dizia que queria me ver tocar na missa, mas Deus a chamou antes, e lembro também dos meus "anjos da voz"; um deles que disse que minha voz é linda e o "Eu acredito em você!" que ele disse que sempre vai dizer mesmo que não esteja ali e o outro anjo que diz que tenho um timbre legal e deveria investir nisso (meu parceiro de duetos no violão inclusive).

Moral da história: elogie, mas elogie com sinceridade, pois seu elogio pode reerguer a autoestima de alguém! 

Obs: Eles nem se ligaram no bem que me fizeram, um deles deve até ter esquecido, mas coincidentemente (ou não) ele também teve um problema parecido e, embora tenha uma das vozes mais lindas que já ouvi pessoalmente, ficou absurdamente feliz e surpreso quando eu elogiei ele cantar. Pasmem, mas em um dos dias do retiro quando fui buscar um lanche para o jantar na cozinha ouvi alguém cantar uma música sertaneja e comentei com minha amiga "Mew, ele canta mó bem, pena que é sertanejo!" e depois quando o ouvi cantar descobri o dono da voz!

Absurdo né? o_O

sábado, 12 de julho de 2014

Prosopagnosia: Eu te conheço?

((Paaaaaaaara tudo e chama a Nasaaaa!!! Aquele momento mágico em que finalmente acha a explicação teórica para algo que sempre procurou!!! Para quem não sabe eu tenho uma PÉSSIMA MEMÓRIA PARA FISIONOMIA que é piada entre meus amigos que já apostam e se divertem com isso! Maaaas por outro lado, guardo vozes e músicas como ninguém para compensar! Fiquei tão feliz que vou até postar um flagra da minha cara de susto quando alguém pergunta "Lembra de mim?" e como me denuncio, tipo, parece estar escrito na minha testa que não lembro! ^^'))



Já pensou como seria viver sem reconhecer o rosto de ninguém, e não identificar nem mesmo a sua própria cara? Seja bem-vindo ao mundo misterioso da prosopagnosia - uma das doenças mais bizarras que existem

Minas Gerais, férias de verão. A produtora de moda Mônica, de 24 anos, está com um amigo numa lanchonete quando chega outro jovem. Ela o cumprimenta polidamente. Meio espantado, o amigo pergunta: “Mônica, você não se lembra do Marcelo?” Ela não consegue reconhecer o tal Marcelo, que dá um sorrisinho constrangido. Era seu ex-namorado. São Paulo, Hospital da Unifesp. O médico Rodrigo Schultz, de 25 anos, está trabalhando no setor de neurologia. Até que chega uma paciente se queixando de um estranho problema. Schultz mostra uma foto à paciente e pergunta: “Quem é esta mulher?” A paciente não sabe responder, mas a pessoa em questão era ela mesma. Nos dois casos, o diagnóstico foi o mesmo: prosopagnosia, uma estranha doença que torna o cérebro incapaz de identificar rostos.

A prosopagnosia foi descoberta no front de batalha. O ano é 1944, e estamos na 2ª Guerra Mundial. Durante um bombardeio russo, um soldado nazista se fere – alguns estilhaços de bomba atingem sua cabeça, causando lesões cerebrais. Ele é tratado pelo neurologista alemão Joachim Bodamer, que faz uma operação para remover os estilhaços e depois aplica um teste para avaliar o estado do paciente. O médico pede que a esposa do soldado vista um uniforme de enfermeira e fique entre enfermeiras de verdade. Aí pergunta ao doente: “Percebe algo de diferente nessas mulheres?” O soldado diz que não. Ele simplesmente não reconhece mais a esposa. Bodamer faz mais testes e constata o que aconteceu: o paciente está normal, só que não consegue mais identificar rostos. Nenhum deles. Para batizar esse estranhíssimo sintoma, o médico cria o termo prosopagnosia: uma junção das palavras gregas prosopo (“rosto”) e agnosia (“sem conhecimento”).

O que Bodamer não sabia, e só recentemente a ciência descobriu, é que a prosopagnosia também pode ser genética e afetar pessoas comuns – que não levaram nenhuma pancada na cabeça. E ela é muito mais freqüente do que se pensa. Em 2006, num estudo com 689 voluntários selecionados de forma aleatória, o geneticista alemão Thomas Grüter diagnosticou nada menos que 17 casos de prosopagnosia – o que dá 2,5% da amostra. “Existem cerca de 2 milhões de pessoas com prosopagnosia na Alemanha. E, provavelmente, milhões delas no Brasil”, afirma Grüter (para ser mais preciso, até 4,7 milhões). Parece um exagero para você? O neurocientista Brad Duchaine, da Universidade de Londres, chegou a um resultado parecido: de 1 600 indivíduos testados, cerca de 2% tinham alguma dificuldade em reconhecer rostos.

Mas, se a doença é tão comum, por que as ruas não estão cheias de prosopagnósicos? É que, na maior parte das vezes, as pessoas nem se dão conta de que têm o problema. “A pessoa compensa isso, encontra outras formas de reconhecer rostos, e sua dificuldade não aparece”, afirma Duchaine. Pelo que já se sabe, a prosopagnosia afeta todos os tipos de gente. Você, inclusive, pode ter e não saber. Não é motivo para se jogar pela janela. Ela só atrapalha nos casos mais fortes, quando realmente destrói a capacidade de identificar rostos – e muda totalmente a vida das pessoas.

Se você perguntar a uma pessoa normal como ela reconhece um rosto, provavelmente vai ouvir algo simples, do tipo: “olhando para ele, oras”. Se for alguém com prosopagnosia, no entanto, a resposta será bem mais elaborada. “Eu vejo como a pessoa se mexe, reparo na voz, no cabelo, no sapato, procuro características marcantes”, diz a produtora de moda Mônica – aquela que, no começo desta reportagem, não identificou o ex-namorado. Ela jura que reconhece o atual namorado, apesar de o relacionamento ser recente. “Ele tem um cabelo encaracolado, e isso ajuda bastante.” Cabelo, aliás, é uma referência frágil. “Quando minhas clientes cortam ou mudam o penteado, é um problema. Às vezes coloco a culpa na miopia, para não dar vexame.”

Mesmo com essas estratégias, ou justamente por causa delas, os prosopagnósicos costumam levar mais tempo que o normal para reconhecer alguém. “Quando encontro alguém na rua, levo alguns segundos montando um quebra-cabeça com diferentes pistas até descobrir quem é a pessoa”, diz Mônica. A mãe dela, Maria, também tem prosopagnosia e enfrenta ainda mais dificuldade – chega a levar vários minutos para reconhecer as pessoas. Como todos os prosopagnósicos, Mônica e Maria são consideradas esnobes pelas outras pessoas. E, por causa das dificuldades que enfrentam, desenvolveram uma personalidade tímida e reservada. “Nunca consigo reconhecer uma pessoa na segunda vez em que a vejo. Passei a caminhar na rua de cabeça baixa, para ter a desculpa de que não vi as pessoas caso elas me reconheçam e eu não.”

Os prosopagnósicos não têm nenhum tipo de problema de visão e, da mesma forma que observam e guardam outros detalhes das pessoas, são capazes de distinguir claramente se alguém está feliz ou triste. Mas o que eles vêem, então, quando olham para uma face? “Eu não consigo ‘montar’ o rosto inteiro. Se eu fechar os olhos, só lembro das partes, nunca do conjunto. E isso acontece inclusive com o meu próprio rosto: não consigo imaginá-lo mentalmente”, diz a estudante de arquitetura Patrícia, 30 anos.

Se isso já parece um pouco assustador, veja a situação dos americanos Bill Choissier e Mordechai Housman, que estão entre os piores casos de prosopagnosia já documentados. Choissier, que é advogado, cresceu sem reconhecer os próprios pais. Isso afetou sua relação com a mãe e também prejudicou sua vida profissional – como não reconhecia os juízes com os quais trabalhava, acabou tachado de arrogante. Já o mestre-de-obras Housman não reconhece os 3 filhos. Ele sabe que são suas crianças, mas não diferencia uma da outra. Ou, então, a história da inglesa Zoe Hunn. Quando ela tinha 14 anos, suas amigas a inscreveram num concurso de beleza. Ela nunca tinha prestado muita atenção ao próprio rosto. Zoe ganhou, virou uma modelo bem-sucedida e capa de revista. Só que ela não se reconhecia nas fotos, caiu em depressão e teve de procurar acompanhamento psicológico. Zoe era linda, mas não sabia. E também não sabia quem era. Terrível, não? Mas o que acontece, afinal, no cérebro de uma pessoa que sofre de prosopagnosia?


Lembra de mim? (A pior pergunta que alguém pode me fazer! -_-')
A doença tem dois grandes subtipos. O mais simples é a prosopagnosia adquirida. Examinando as pessoas que sofrem desse mal, a medicina fez uma descoberta revolucionária: existem regiões do cérebro especializadas em processar faces (antigamente, acreditava-se que os rostos eram processados pela mente como se fossem um objeto qualquer – uma árvore ou uma cadeira, por exemplo). São 3 estruturas: sulco temporal superior (STS), área occipital facial (AOF) e área fusiforme facial (AFF). A prosopagnosia adquirida surge quando, por causa de derrames ou ferimentos, essas áreas sofrem algum dano.

Já a prosopagnosia congênita – ou hereditária – é a mais comum, e a mais misteriosa. Até o momento, a ciência só sabe que ela tem origem genética. O especialista alemão Ingo Kne sugere que apenas um gene seja responsável pela condição. Mas ninguém tem pistas de qual seria esse gene. Exames de ressonância magnética, que analisam a atividade cerebral enquanto as pessoas realizam tarefas específicas, têm sido usados para investigar como o cérebro funciona na hora de reconhecer um rosto em pessoas com prosopagnosia congênita. Mas eles ainda não oferecem muitas conclusões. A falta de exames precisos limita a capacidade dos médicos de diagnosticarem a prosopagnosia. Até agora só existem métodos subjetivos, baseados em entrevistas e testes com os pacientes.

“Perguntamos a eles sobre alguns sintomas que sempre aparecem em casos de prosopagnosia hereditária”, diz Thomas Grüter. “Mas tão poucos médicos conhecem a condição, ou mesmo o termo, que se você for a um consultório e disser que não reconhece faces o doutor provavelmente dirá que ‘é assim mesmo. Algumas pessoas são ruins com números, outras com nomes, e isso é normal’. Talvez ele recomende um oftalmologista.”

A má notícia é que não existe tratamento nem esperança de cura para a prosopagnosia num futuro próximo. A boa é que, tirando os casos mais extremos, as pessoas com esse estranho problema levam vidas relativamente normais. Mas então para que toda essa conversa sobre a doença? “Encontrar o gene responsável pela prosopagnosia hereditária nos ajudará a entender a base genética do desenvolvimento do cérebro”, afirma Grüter. “E mais: a pesquisa pode nos levar a entender como funcionam as unidades cerebrais de reconhecimento facial.” Traduzindo em linguagem comum: entender a prosopagnosia pode ajudar a medicina a resolver doenças mais sérias, como Alzheimer (pois uma das conseqüências desse mal é, justamente, a prosopagnosia). Enquanto esse dia não chega, quem sabe as pesquisas sobre prosopagnosia consigam pelo menos aliviar as situações embaraçosas e saias-justas que tanto incomodam as pessoas que não reconhecem rostos. Como o dia em que a vendedora Maryanna Alba não reconheceu um cliente numa reunião, e seu chefe suspeitou de que ela nunca o visitara antes. Ajudar Patrícia a levantar a cabeça quando caminha pela rua, sem medo de que os conhecidos a confundam com uma antipática que não cumprimenta as pessoas direito. Também, claro, melhorar a vida amorosa da esquecida Mônica.

(Super Interessante)