Esse movimento musical da década de 60, apesar de ter durado somente um ano, sacudiu o ambiente da MPB e deixa suas marcas na cultura brasileira até hoje. O Tropicalismo foi liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, tendo participações notáveis de Gal Costa, Tom Zé e Rogério Duprat. Composto por baianos, o movimento universalizou a linguagem da MPB, com a incorporação do rock e da guitarra elétrica à música. As idéias defendidas modernizaram tanto a música como a cultura nacional. Mas, como suas letras compunham um quadro crítico e complexo do país, o movimento foi reprimido pelo governo militar, tendo seu fim iniciado com a prisão de Gil e Caetano no final de 68.
O Tropicalismo misturou vários estilos de música, desde rock até o baião, revolucionando a cultura da época. Ao instaurar procedimentos e questões antes associados somente ao erudito, transformou o repertório da música brasileira. Com irreverência, transformou os gostos da época, não só com relação à música e à política, mas também ao comportamento, à moral, ao sexo e ao modo de se vestir.
Para o músico Perseu Du Sol, o movimento ainda influencia jovens cantores que estão surgindo hoje, pois o Tropicalismo tem uma raiz que permanece viva. Ele cita o fato de Caetano e Gil continuarem vivos dentro da MPB, servindo de modelo para muitos jovens que ingressam na carreira artística. Segundo Perseu, um movimento como o Tropicalismo hoje em dia dificilmente acontece. “Antigamente existia realmente um ideal na MPB, hoje em dia não. Trabalhamos com músicas que têm letra, melodia. Existe muito hoje o movimento ‘bunda’, no qual a mulher tem uma bunda bonita e sai no Tchan, dança na boquinha da garrafa...”, diz ele.
Músico do Bom Motivo, bar que dedica seu repertório exclusivamente à MPB, ele ressalta o fato de as músicas tocadas serem de 30 a 40 anos atrás. Essa é a linha que eles tocam e que os clientes assíduos gostam de ouvir, além de ser o grande atrativo do bar. Perseu afirma haver grande interesse dos universitários por esse tipo de música, pois julga serem pessoas que buscam essa fatia cultural.
Um grande problema que a MPB sofre ultimamente, segundo Perseu, é o fato das gravadoras estarem interessadas em ganhar dinheiro, e não em divulgar as boas músicas. “A ‘Eguinha Pocotó’ foi o grande hit do Carnaval, isso prova como a música brasileira está decaindo. O ideal acabou...”, desabafa o músico.
Para alguns do meio artístico, o Tropicalismo tem muitos descendentes em todas as atividades culturais do Brasil; para outros, a estrela (Gil, Caetano...) está viva, mas já morreu. As idéias divergem, mas não se pode negar que o Tropicalismo foi um momento muito rico da música brasileira, envolvendo diversas tendências. Muitos cantores baianos se declaram filhos diretos do movimento, mantendo-o vivo em suas vidas.
Elaine Cecília Nishiwaki
*morrendo de rir* Movimento 'bunda'?o.O' Encontrei esse texto em http://www.fontezero.hpg.ig.com.br/tropicalismo.htm
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