sexta-feira, 8 de maio de 2009

Jefferson

Jefferson

O garoto criador desta história. Aos 15 anos vive a fase de transição da infância para a vida adulta, conhecida por adolescência.  Busca a afirmação perante seu círculo de convivência, quer se mostrar independente e adulto, mas ainda não sabe lidar muito bem com a hipótese de se virar sozinho. É alto, – bem mais alto que a irmã, apesar de ser mais novo – magro, tem a pele levemente morena, cabelos negros, sempre arrepiados  com gel fixador, olhos castanhos e usa aparelho fixo para corrigir seu sorriso.  Usa bonés, bermudas, camisetas em cores vivas e sóbrias, calça jeans – quase sempre xadrez – e um tênis estiloso, na maioria das vezes All Star.

É um garoto popular, divertido, falante, sarcástico, comilão e muito criativo. Ao mesmo tempo que é o primeiro a dar uma idéia, é o último a se decidir. Embora seja querido e extrovertido, tem problemas com a auto-estima e auto-confiança. Faz grandes coisas, mas se acha completamente incapaz de coisas mais simples como revelar seus sentimentos a Sofia, sua melhor amiga, por quem nutre uma paixão secreta há 2 anos.

Acostumado com a Internet, jamais utiliza livros para fazer uma pesquisa, prefere encontrar tudo resumido no Google, – site de busca. A menos que o livro prenda completamente sua atenção, abandonará a leitura nas primeiras páginas e recriará a história do seu jeito, como fez com o conto da princesa contemporânea.

Anda com o nariz empinado e se porta como se fizesse parte de uma elite superior. E de fato faz! Jefferson freqüenta o grupo de jovens da igreja há 3 anos, desde que fez a Primeira Comunhão. Convive pacificamente com todos, tem grandes amigos apesar de algumas amizades por conveniência. Segundo ele, existem as pessoas úteis e as pessoas convenientes; as pessoas úteis são bem vindas quando necessárias, ou seja, para desenhar e fazer figurinos dos teatros, já as pessoas convenientes são sempre bem vindas e estão em todas as sessões de filmes aos sábados. “A Elite do Lixo do Grupo de Jovens” – sociedade paralela organizada e secreta do qual é presidente, composta por seus amigos mais próximos, luta contra as amizades por conveniência e se diverte com a condição de exclusão nas reuniões que acontecem no meio dos ensaios para o teatro e enfurecem o diretor.

Busca heróis e ídolos em quem se inspirar, acha que só será bem aceito se usar a roupa e o tênis de marca e da moda, tiver o celular mais moderno e o cabelo impecável. Sente a falta da figura masculina de um pai para conversar e esclarecer as dúvidas a respeito da conduta dos homens, se ele estivesse ali seria seu melhor amigo. Mas ele não estava... Seus pais se divorciaram quando tinha 7 anos, de seu pai guarda apenas uma vaga lembrança do homem forte que um dia será.  Admira e segue traços fortes de sua irmã, apesar de não admitir, a considera alguém muito inteligente e forte.

O mundo ainda parece confuso e hostil, ao mesmo tempo tão belo e tão cruel com aqueles que não conseguem chegar ao topo da pelagem de coelho para olhar o mágico nos olhos. Acha que os governantes são tão inúteis que permitem com que pessoas morem na rua em condições precárias sem ter para onde ir e onde procurar emprego. Preocupa-se com a integração dos deficientes nesta sociedade desigual, pois conhece de perto as dificuldades de um garoto da escola em transitar pela cidade de cadeira de rodas . Se alguém lhe perguntar o que será quando crescer não saberá ao certo o que dizer .Sua mãe quer que seja médico,  sua irmã só não quer que seja alcoólatra e ele... Ele não consegue se imaginar fazendo outra coisa que não seja escrever, nem que sejam críticas sociais. Mas sabe que precisa ter uma profissão mais rentável para se estabilizar para então publicar os contos que escreve desde a infância e se tornar um grande escritor. Talvez advogado, presidente ou alguma profissão em que não precisasse omitir seu caráter revolucionário de liderança e ajudar os fracos e oprimidos. Se tem algo que ele não consegue se separar é seu celular! Repleto de músicas, vídeos e contatos. Carrega consigo no bolso esquerdo da calça e puxa o fone de ouvido branco e ali viaja nas músicas. Constantemente recebe ligações de amigos da escola para sair, mas sua mãe, na maioria das vezes não o deixa ir, pois acha que levarão seu menininho para o mau caminho.

Jefferson, em mais uma de suas visitas secretas ao quarto da irmã encontra um livro sobre a cama. Imediatamente começa a folhear, mas devido a seu caráter impaciente, pára a leitura logo nas primeiras páginas e solta a imaginação. Permanece sentado na cama dela o tempo todo contando a história a sua maneira, com um toque de realidade e sarcasmo quanto `a conduta de Dafne. Ao finalizar a história, feliz com o resultado até diz que vai escrever mais um conto para seu livro.

Um comentário:

Felipe Daidouji disse...

Os traços desse personagem são tipicos de quem está entrando na adolescencia. A personalidade dele não é estranha....